Ao longo destes anos de liberdade somos o país mais atrasado de uma Europa que se diz comunitária. Somos os cidadãos mais maltratados desta união que é só para alguns. Os “nossos” políticos, que até chegam a presidentes da dita Europa, cá na terrinha são uns incompetentes, senão vejamos:
O que fizeram estes senhores durante os 30 anos de tacho?
A maioria foi para a politica, não por vocação, mas sim para enriquecer à custa do estado que somos todos nós. As leis que fazem aprovar, são para proveito próprio ou a mando dos Bildebergers. É chocante a quantidade de políticos com processos em tribunal por corrupção e que acabam sempre por ser ilibados.
É preciso exigir responsabilidade política a esta gente!
A maioria de nós, portugueses, vive um quotidiano de escravo, muito longe da realidade que os nossos governantes pintam. As politicas de trabalho, saúde, educação, são cada vez mais feitas à luz de uma sociedade capitalista onde os mais necessitados são excluídos. Vivemos numa ilusão, tendo vergonha de quem somos e cansados de tanta mentira.
Podem chamar demagogia ao que escrevo, mas eu pertenço ao povo que contribui para o bem estar que deveria ser de todos e não apenas de uma élite. Cabe-nos a responsabilidade de participar, denunciar, fazer algo para que tenhamos uma sociedade mais justa e fraterna.
Deixemo-nos de “futebois” e passemos a ter uma atitude mais interventiva. Basta de informação tendenciosa e elitista. Vamos fazer do nosso Portugal um país onde possamos viver com dignidade.
Façamos então a revolução diáriamente!
Assino por baixo. O que é preciso é agitar consciências, é provocarmos para que se ganhe capacidade de indignação para se poder reagir a este charco político, social, cultural, económico em que estamos atolados.
Como dizia o grande poeta e professor de História, o que faz falta é avisar a malta. e é o que estamos a tentat fazer.
Mariazinha,
“cabe-nos participar”, gostava de lêr alguma proposta, o lamento, mais que a iniciativa aberta à dissertação, ao debate, está a tornar-se um discurso comum, a igreja é isso mesmo, um poço de lamentos!
Força, participêmos!
A revolução é hoje e quem a deve fazer somos nós!
Tens toda a razão. Neste momento o mais importante é pôr a boca no trombone, denunciar as consequências práticas destas políticas elitistas, falar, falar, falar com toda a gente em todo o lado, puxar conversa, basta lançar o mote e logo as pessoas desatam o rol de relatos e testemunhos comuns que as aproximam. Tenho feito isso e reparado que em todo o lado resulta, como se as pessoas andassem oprimidas, pois embora possam falar, encerram-se em si próprias e ficam a remoer lá para dentro sem saber se são só os seus olhos que vêm o que ninguém ousa começar a dizer. Falta-lhes o outro, o tu, o nós, o espelho onde se reflectem as suas dúvidas e receios. As palavras são como as cerejas… e os blogues são preciosos espaços de discussão e de troca de ideias e experiências mas não chegam à rua, às pessoas que lutam todos os dias para que o dinheiro lhes chegue até ao fim do mês. Quer queiramos quer não os blogues ainda são para uma elite que se junta naturalmente em grupos que partilham algo em comum e, as mais das vezes, aquilo que escrevemos nos blogues não chega ao colectivo, à massa, circula em circuitos mais ou menos fechados e, com maior ou menor concordância entre as partes, a informação morre por ali. Os blogues não servem para nada se na nossa vivência não fizermos por fazer chegar a mensagem àqueles com que no dia a dia nos cruzamos.
Por outro lado os blogues são espaços privilegiados para partilharmos informação e para a difundir fazendo-a chegar mais longe do que o círculo restrito onde nos movimentamos. Mas não basta ficarmos encerrados nessa concha, tolhidos em frente a um computador à espera de sermos lidos. Nada disso substitui o diálogo aberto de olhos nos olhos. Por isso os nossos encontros nos têm sido tão queridos, dando-nos a certeza que por detrás dos blogues existem pessoas reais.
E mesmo assim não basta falar, é preciso começarmos a ser mais participativos, a intervir na nossa rua, na escola dos nossos filhos, nas estruturas legadas pela democracia que ainda não foram tomadas de assalto ou destruídas. Ainda estamos a tempo para exercer a nossa cidadania e não ficarmos à espera que sejam sempre os outros a fazer.
#kaótica
Mariazinha
Simples e concreto como a tua ilustração, nada mais é preciso do que fazer a revolução todos os dias.
Um beijo grande
Em tempos andei numa luta local, melhor de rua contra os favores que a câmara municipal estava a fazer a uma obra de construção de um prédio em frente da minha casa. Não vou aqui contar toda a história porque não vale a pena, mas como unindo a população ganhamos essa luta acabei por entender que muitas vezes as revoluções não se fazem em combatem imensos mas nas pequenas guerras que podemos ganhar todos os dias. Descobri que talvez não tenha a força para mudar o mundo, para isso necessitava que muitos outros se unissem nessa luta, mas podia mudar a minha rua com alguma facilidade. Se muitos outros fizessem o mesmo e lutassem pelas pequenas vitórias nas suas ruas, acabaríamos inevitavelmente unidos nas lutas pelo bairro, pela terra, pela freguesia e quando fosse pelo concelho já seriamos certamente uma multidão. A revolução pode ser preparada todos os dias em todos os locais. Reveses são muitos, derrotas também algumas, mas com persistência, com vontade, mesmo malhando em ferro frio acabaremos por lá chegar. Quantos mais formos e mais fizermos mais fácil se tornará.
#Kaos
..e, sem que nos limitêmos ao concelho, podiamos unir-nos para o distrito, para a região, para o país, mas, como nos reuniriamos? Construir um pavilhão para 10.000.000 é pouco viável, discutir entre 10.000.000 menos, só nos restaría a opção de delegar e continuar a delegar, até sintetizar a vontade do povo na voz de quem, este, através dos seus delegados, elegera, ora isso é justamente o modelo organizativo do PCP, ou defendes que quem organiza é quem deve, por inércia, ser o eleito, que a vontade da tua rua deve imperar nas outras ou que as necessidades são iguais em todas as ruas?
Liberdade é também, contemplar todas as vontades, ideias, carências, iniciativas, assumindo-se igual ao outros, com tantos direitos como o outros, com as mesmas obrigações que o outros e sobretudo tão humano como o outros. É fundamental aportar ideias mas manter a disponibilidade necessária para escutar e outorgar a mesma idonéidade às ideias dos outros, ditaduras só no meu castelo, se viver só!
Depois estão as iniciativas, essas que, por exemplo, eu, já expus à votação de todos os participantes no blog – sem resposta, com resposta, lidas ou não, aí estão, participar é opinar, propôr, essa é a forma de contruir uma união revolucionária, a questão é que não existem mais propostas e nem sequer essas se votam, discutir o quê, a demagogía? Alimentar o quê, o ansiado protagonismo de algum de nós ou promover a opinião de todos? Promover que todos assumam necessário utilizar a sua vontade num cenário deste tipo? Claro que sim, já somos um bairro, somos 15. Qual é o nosso objectivo, que formas de acção estamos dispostos a adoptar, até que ponto está, cada um, disposto a, realmente, dar algo de si para melhorar a nossa realidade?
Depois de todos estes pontos esclarecidos, se o que fizermos tiver qualquer tipo de resultado positivo, seguramente se nos juntarão mais vozes mas o fundamental é saber onde estamos, qual é o nosso meio, que armas temos para contribuir à modificação deste país e a acção concertada é fundamental, recordando o Camarada Manangão “tu sozinho não és nada, juntos temos o mundo na meio”.
Olá amiga
Sim, a luta começa no bairro, nas associações culturais e recreativas, na freguesia, o verdadeiro poder popular de base tem aqui um alfobre imenso de liberdade e cidadania.
BJS
E começa também aqui, neste blog, essa luta. Em todas as atitudes de denúncia e reinvidicação que tomemos enquanto cidadãos, embora anónimos e enquanto pertencentes a colectivos partidários. E nas estruturas associativas, bem referidas pelo Ferroadas, nas autarquias locias, nas associações de pais, nos sindicatos, em suma, na rua. É por isso que andamos todos por aqui, nesta “rua” que é a blogosfera, de bandeiras em punho, a fazer a Revolução! :-)
…E em casa?
Penso que, é em nossa casa, onde deveria dar-se o inicio da luta que leva à Revolução, para que possamos sair à rua, concientes da Liberdade que é nem mais nem menos que : – a consciência da necessidade!
Fazemo-nos sócios das colectividades, culturais ou desportivas, e até de centros de convívio da terceira idade, mas todos pensamos unicamente em usurfruir da pequena contribuição mensal, e por vezes até criticamos a direcção eleita, á segunda chamada da Assembleia Geral,e por vezes tem de ser feita, ali entre os poucos sócios presentes.
Isto é assim um pouco como querer ser Revolucionário independente sem aderir a nenhum Partido…assim não companheiros, assim vamos continuar o resto da vida a refletir e o capitalismo a gozar da nossa imcapacidade, de nos unir-mos para que possamos fazer-lhe frente.
Decerto que já todos ouvi-mos alguns homen de direita desabafarem (aquilo que mais me custa ouvir) ” vocês não se entendem uns com os outros como é que querem governar”.
Surpreendam-me companheiros vamos provar-lhes que estão errados a nosso respeito, já que não podemos (por enquanto)tomar conta dos programas de ensino, vamos assumir as Colectividades de Cultura e Recreio, e tudo mais que diga respeito ao povo, é o povo que tem de assumir, por inteiro.
“Tu sozinho não és nada, juntos temos o Mundo na mão”
O espírito revolucionário deste blog passa pela troca de idéias, que num mundo livre serão tantas como o número de pessoas que nele participem (sejam colaboradores ou visitantes. Já quanto a ideais esses são os mesmos, um mundo livre, justo e solidário. Resta a organização e a forma de fazer as coisas e aí mandam mais as idéias que os ideais. Por exemplo o amigo CRN defende que a força da revolução deve estar sob a bandeira do PCP que é o caminho e a solução. Eu, respeitando o seu pensamento, acredito que está mais na força que a revolução criar ao acontecer, que não desejo marchar sob nenhuma bandeira dirigente que não seja a do próprio momento revolucionário. Será mais lógica e mais consciente a sua posição, mais organizada e possível, mas eu quando parto para uma luta é com os olhos no infinito, no tudo ou nada, no não aceitar compromissos, não aceitar negociar aquilo que acredito ser essencial. Pode ser uma utopia aquilo em que acredito, até poderei ter de seguir um caminho que não seja aquele em que realmente acredito, mas isso só acontecerá se for o povo em revolução a escolhe-lo. Só nessa altura e nunca antes. A Revolução acontecerá e será o caminho que traçar aquele que seguirei. É nas mãos do povo que colocarei o meu destino e não na de quem fale em seu nome, por mais honestas e justas que sejam as suas intenções.
# Kaos
“A Revolução acontecerá e será o caminho que traçar aquele que seguirei. É nas mãos do povo que colocarei o meu destino e não na de quem fale em seu nome, por mais honestas e justas que sejam as suas intenções”.
Eu te seguirei amigo.
Abraço
Revolução, afinal o que é? Vivemos num país completamente privilegiado porque houve uma – verdadeira – há não muitos anos. Para que se comece a dar sentido às palavras, no curto período de dois anos – 1974 até 1976,
1) Substituiu-se a Constituição de 1933 por uma Constituição democrática
2) Destrui-se o poder dos monopólios
3) Elevou-se substancialmente o poder de compra dos portugueses
4) Eliminaram-se as barreiras à liberdade: a censura prévia à imprensa, teatro e cinema; a polícia política; os tribunais especiais
5) Terminou a guerra colonial
Mais pontos poderia acrescentar, mas creio que todos poderiam fazê-lo
Agora, há um aspecto de Revolução que é muito pouco falado: todos estes pontos haviam sido redigidos antecipadamente no programa de um Partido em Portugal, alíás o único da Oposição que existia na altura e que existe ainda hoje (lembremos que o Partido Socialista foi fundado em 1973 e praticamente plagiou, mal e parcialmente, o programa do PCP. E que demais partidos que existissem, MRPP, PCdePml, etc, nunca se deram ao trabalho de apresentar um verdadeiro programa.
Vamao admitir, por absurdo, que o PCP – o único que tinha um programa político bem estruturado – não existisse na altura. Alguém crê que a Revolução de 1974 teria sido o que foi? Teria resistido ao golpe Palma Carlos, 28 de Setembro, 11 de Março e mesmo contido a sanha da direita bombista e fascista no 25 de Novembro? Hoje, orgulharmo-nos da Revolução de 1974 é, sobretudo, prestar uma homenagem, mais do que mercida, ao PCP.
Alguns objectivos ficaram por realizar: Portugal não encetou o caminho do desenvolvimento económico. Isto deve-se, priñcipalmente à subserviência do Partido Socialista ao estrangeiro, sacrificando a soberania nacional. Não conseguiu defender a Reforma Agrária, os campos estão a esvair-se de população, as cidades a abarrotar pelas costuras, os laços familiares a serem destruidos: novamente o Partido Socialista na vanguarda da contra-revolução. Nem vale a pena desfiar o rol, tão indigno de Portugal e dos portugueses tem sido este PS.
A mim não me causa qualquer indisposição a organização. Dou-me bem com ela. Já aqui tentei levantar a questão, mas talvez seja necessário mais algum tempo para que as pessoas se conheçam. Há obstáculos mentais sérios à expansão das organizações políticas. É fácil dar-lhes nomes – aos obstáculos. É difícil suplantá-los.
DE PÉ, Ó VÍTIMAS DA FOME!
DE PÉ, FAMÉLICOS DA TERRA!
DA IDEIA A CHAMA JÁ CONSOME
A CROSTA BRUTA QUE A SOTERRA.
CORTAI O MAL BEM PELO FUNDO!
DE PÉ, DE PÉ, NÃO MAIS SENHORES!
SE NADA SOMOS NESTE MUNDO,
SEJAMOS TUDO, OH PRODUTORES!
BEM UNIDOS FAÇAMOS,
NESTA LUTA FINAL,
DUMA TERRA SEM AMOS
A INTERNACIONAL.
MESSIAS, DEUS, CHEFES SUPREMOS,
NADA ESPEREMOS DE NENHUM!
SEJAMOS NÓS QUEM CONQUISTEMOS
A TERRA-MÃE LIVRE E COMUM!
PARA NÃO TER PROTESTOS VÃOS,
PARA SAIR DESTE ANTRO ESTREITO,
FAÇAMOS NÓS POR NOSSAS MÃOS,
TUDO O QUE A NÓS DIZ RESPEITO!
“A Internacional”
Olha Ferrão, boa apreciação.
Todos os pensamentos e contributos fazem falta, mas revejo-me muito no que escreves.
O que não é novidade!
O CRN é militante comunista, tal como eu, tal como o Alex, tal como o José Manganão, assumimo-nos como tal.
Tendo personalidades, sensibilidades diferentes isso também nos faz diferentes e iguais.
Eu todos os dias faço algo, empenho-me em algo concreto e tagivél para tentar melhorar isto, seja a colocação de um contentor de lixo, seja levbar crianças de rua á praia, seja emprestar uma cadeira de rodas a quem dela precisa, seja discutir em pormenor o Código do Trabalho, esclarecer.
È a minha postura.
Mas continuo a achar todos os contributos, mais que válidos, preciosos.
Beijos aos meus quinze amigos de estimação e a quem cá passa
Ferrão:
Nada tenho contra o PCP, antes pelo contrário, admiro a sua história e a sua luta. Em momentos de ditadura a resistência tem sempre de ser feita com organização e vontade. A verdade é que depois de Abril muito se conquistou mas tudo se acabou por perder. Não quero aqui fazer uma análise das culpas nem das razões para isso ter acontecido, nem sei se estaríamos como estamos se o povo tivesse assumido a liderança e traçado o caminho. Sei que é no povo que coloco a minha esperança e a quem entrego a minha luta.
# Kaos
Mariazinha, subscreevo na íntegra o teu post. Nos últimos trinta e poucos anos fomos governados por incompetentes. Leia-se INCOMPETENTES, para, que fique bem claro. Isto é um facto. Triste, mas é.
O País carece de movimentos civis fortes, esclarecidos e lúcidos. Este blog vem colmatar essa falha.
Ao fazer uma semana, o leitor que o visita já percebeu que há diferenças entre os seus autores. Essa é a grande riqueza deste blog. Debate vivo, forte e honesto.
Coisa que em Portugal ainda faz alguma confusão. País contaminado por uma genética carneirista, faz confusão ver um grupo de pessoas, apostados em mudar em mentalidades e num objectivo comum terem divergências.
Neste espaço já se produziu mais debate numa semana do que noutras associações em anos.
Abraço,
Zorze