Este país está dominado por decanas leis de bufaria, compadrio e corrupção. Constantemente o digo, mas nunca é demais reforçar.
O atraso em que nos afundamos em relação à restante Europa deriva, não só, mas principalmente da mentalidade retrógrada e bacoca de que para se ter sucesso e vencer na vida se deve e se tem que corromper, subornar, actuar em lobby, recorrer ao compadre, utilizar o consagrado expediente da bufaria, lamber as botas do chefinho, ou de alguém que possa manobrar os cordelinhos, de forma a conseguir-se uma promoção, uma benesse, um aumento de ordenado, o que quer que seja.
O sistema está tão bem montado, tão enraizado, tão perfeito, tão oleado, que algo ou alguém que se intrometa na engrenagem é automaticamente expelido e excluído da “cadeia de produção”.
Amíude vezes a competência, o profissionalismo, o carácter e a sabedoria são preteridos a troco de favores, laços de amizade, laços familiares e interesses estratégicos e substituídos pela incapacidade, falta de carácter e mediocridade. O interesse momentâneo e estratégico de benefício próprio ou de um clã sobrepõe-se quase sempre ao interesse e bem estar colectivo, repercutindo-se esmagadoramente das vezes em resultados insatisfatórios a todos os níveis, desde o comercial e financeiro ao social e político.
O círculo é tão vicioso e viciante que duvido que exista neste país alguém que pelo menos uma vez na vida não tenha fraquejado e recorrido ao factor C, à esfera de influência do lobby, ao beija a mão do padrinho, à notinha activa ou passiva do envelope, para atingir um objectivo pessoal, profissional, comercial. E é tão normal, tão natural, tão corriqueiro, que dificilmente essa pessoa é recriminada pela sociedade, bem pelo contrário, chegámos ao ponto em que alguém, por qualquer motivo que seja, mesmo de (de)formação, que recuse a utilização de algum destes miraculosos expedientes que lhe pode abrir portas e trazer vantagens comprovadas, logo é apelidado de tanso, otário, tótó, pato bravo, atrasado mental e outros predicados tais ainda mais perjurativos.
Ou seja, atingimos o ponto de preversão total, em que mesmo alguém com fortes convicções de honestidade e solidariedade se perguntará se não estará em contra-mão e a agir fora da lei, já que parece que a normalidade está conotada com outra coisa completamente antagónica no que a valores diz respeito.
Como é que um país corrompido e a funcionar nestes termos, poderá alguma vez aspirar a largar a cauda da Europa, a diminuir as assimetrias sociais e a prosperar económica e socialmente?
A Revolução tem que começar na mentalidade. Fácil, não é?…
O Marreta
Exactamente, na mentalidade.
Mas isso é uma gaita!
È sempre muito dificil mudar mentalidades!
Todos os exemplo que dás são evidentemente verdadeiros, TODOS o sabemos.
Mas ainda assim a mim espanta-me, não sou nenhuma pessoa especial, mas fui educada numa familia com um profundo sentido de honestidade.
Não consigo passar á frente de ninguem na fila, incomoda-me não pagar algo atenpadamente, recorrer aos favores de conhecidos em proveito próprio.
Amiude me chamam Parva!
“Tu és parva?!”
“Então estás aqui internada e não dizias nada, já tinhas sido atendida”
“Porque é que não disseste que eu punha o puto numa turma melhor?”
“Porque é que não pediste….”
Ás vezes sinto-me mesmo anormal!
Parva…
Camarada
Vejo que infelizmente esta erva daninha se espalha e domina o mundo inteiro.O estudo demonstra a existência de fortes laços entre altos níveis de corrupção e baixos índices sociais. O dinheiro desviado pelo superfaturamento de obras públicas e pela sonegação de impostos faz falta para investir em infra-estrutura e saúde pública. Maracutaias como essas não apenas diminuem a arrecadação, mas também têm efeito devastador na criação de postos de trabalho. Estima-se que, em economias nas quais a corrupção tem padrão intermediário em termos internacionais – como é o caso do Brasil –, os investimentos sejam 2,6 pontos porcentuais mais baixos que em nações com índice ético mais elevado, como no Chile. Neste ano, a consultoria Simonsen Associados entrevistou 132 executivos ligados à Câmara Americana de Comércio para saber que fatores desestimulam os investimentos produtivos no Brasil. A corrupção foi apontada como o terceiro maior obstáculo, atrás apenas dos impostos e do chamado custo Brasil. A corrupção cria concorrência desigual e clima de insegurança no meio empresarial. A crença, estabelecida pela prática, é a de que quem tem a maior chance de levar o contrato do governo não é a empresa mais competitiva e competente, mas aquela que molhou a mão da pessoa certa. Empresas de todos os tamanhos e setores inteiros da economia são prejudicados com essa distorção.O resultado disso tudo reflete na sociedade. Aqui no BRASIL percebemos claramente o resultado que uma sociedade corrompida pode oferecer: Desemprego, pobreza , falta de assistência Saúde digna e de uma Educação de qualidade.
Abraços e AVANTE companheiros!
Pois aqui sou eu que assino por baixo este teu texto!
A revolução é isso mesmo, uma mudança das mentalidades, mas olha que vai ser mais difícil do que se imagina, levam-se séculos até que as mentalidades mudem mesmo, em especial em Portugal. Contudo uma coisa nós devemos agradecer a quem nos tem tão mal governado nestes 33 anos, após a revolução de Abril de 74, temos de lhes agradecer o facto de muita gente ter passado de uma posição mais ou menos confortável, após o 25 de Abril de 74, onde pela 1ª vez um operário pode adquirir um carrito pode fazer umas fériazitas, pode ter refeições em casa com a família e acreditou ter um futuro risonho à sua frente para si e para os seus descendentes, para aquilo que hoje é um pesadelo inaceitável.
Contudo os governos do PS e do PSD, em alternância nunca foram a alternativa que se esperava deles, ao longo destes 33 anos que pouco a pouco foram sendo anos de noite cada vez mais escura e tenebrosa, a alternativa passou a esperança vã!… Mas quem já provou uma vida que valia ser vivida, ao fim de 33 anos não vai sem dúvida aceitar a fome e a incerteza no futuro à sua frente e à frente dos seus descendentes, pouco a pouco as mentalidades têm se transformado e depressa, somos cada vez mais, cada vez mais não aceita a escuridão que o PS e o PSD teimam em fazer descer sobre a esperança de um povo, por isso eu digo:
A REVOLUÇÃO ESTÁ EM MARCHA!
Queixamo-nos de a Revolução não chegar porque as mentalidades não estao formadas e, por outro lado, as mentalidades não têm oportunidade de mudar sem que chegue a Revolução. Caimos no dilema do ovo e da galinha. É possível sair?
Resta definir mentalidades, para ao menos sabermos que falamos da mesma coisa. Podemos entender mais ou menos assim: enquanto apenas observadores da realidade, classificarmos e ordenarmos o fluxo contínuo de percepções segundo valores indefinidos, mais ou menos aceites e convencionados sem a nossa contribuição. Logo que passarmos a actores, a ordenação que haviamos assumido irá de ser alterada. Isto passa-se com todos, desde o vilão que se deixa corromper pela primeira vez, ao entusiasta que aceita pela primeira vez distribuir propaganda proibida num regime de ditadura. O primeiro, tenderá a olhar para o resto do mundo como composto por outros corruptos ou, pelo menos, corrompíveis. O segundo descobrirá no dia seguinte um sabor a liberdade no país de ditadura que nunca havia experimentado. Há, sem dúvida, uma dinâmica embrenhada entre mentalidade e intervenção na sociedade. Até onde a mentalidade pode ser alterada? Até onde a nossa intervenção social conseguir chegar.
Arrebenta, do Primeiro Comando de Portugal, apresenta-se para desestabilizar.
Aviso já que venho acompanhado pelo farejador de cadáveres do “Caso Maddie”: cheira-me a Lenine embalsamado!
Angola é nossa!!!!
Viva o Maior Português de Sempre!!!!
Talvez seja possível subverter o esquema, ou seja, todos nós nos apercebemos de que existem esquemas corruptos com maior ou menor gravidade à nossa volta. E mais cedo ou mais tarde, se nos envolvemos em alguma forma de intervenção na sociedade civil, ela vem ter connosco, seja por herança dos que lá estiveram antes, seja por vias travessas. Quando damos por nós estão a fazer uma proposta ou a cometer um acto de corrupção ou corrupçãozinha. Essa é a altura certa para não pactuar e até para meter a boca no trombone e começar a berrar aos 4 ventos que a, b ou c tentou, está a tentar, fez ou está a fazer algum tipo de corrupção. Claro que com alicerces na honestidade, chamados princípios, esses gajos corruptos fazem a coisa entre si, de forma incoberta, mas a verdade é que ultimamente se vai perdendo toda a vergonha e o extremo disto é ser o próprio povo a eleger os corruptos e a dizer deles coisas como eu já lhe ouvi: “rouba mas faz obra!”. Moro no Conselho de Oeiras e por aqui continuam a haver tios e tias e esquemas e cargos e lugares e salamaleques e muita hipocrisia reinante. O sistema é convidativo. E, como diz a Ana, se não és como eles és tomada por parva, até pelas próprias pessoas comuns que deviam estar do teu lado. Eis outro obstáculo à revolução: a mentalidade comezinha do povo que admira a destreza de quem o rouba e engana. Essa é que depois de tanto tempo de subserviência e ignorância, de admiração bacoca pelos colunáveis e de ar basbaque frente à ostentação escabrosa dos ricos, da inveja e do horror à inteligência alheia, essa é que vai ser difícil de mudar. Vão certamente acusar-me de burguesa, de me colocar à distância do povo, mas não fui eu sinceramente quem votei no Cavaco nem no Sócrates.
É bem precisa uma revolução de mentalidades. mas em Portugal será mais difícil porque foram 48 anos de um regime que formatou e muito a mentalidade do povo. Institucionalizou o corporativismo, que é tanto quanto eu entendo, uma espécie de máfia muito bem organizadinha e ainda muito enraizado neste jardim.
Diagnóstico e comentários quase perfeitos, está detectada a doença, era assim antes do 25 de Abril. Após houve uma rotura com tudo isso e, até com algumas mentalidades, eu vivi intensamente toda essa luta trabalhava-mos todos as noites e fins de semana, partidáriamente e para a comunidade, o reconstruíndo, o r/c da escola, para ali ser feita uma crechelembro que eramos acusados (pelos rapazolas da UDP de estar-mos a tirar trabalho aos trabalhadores)tudo rapazes com a teoria revolucionária na cabeça, nós tinha-mo-la, na cabeça e nos braços, daí a minha dificuldade em entender os Revolucionários, indeviduais, que acreditam em revoluções espontaneas, daí a minha dificuldade em perceber as pessoa que advogam a nossa saída da europa, na medida em que entendo, se o capitalismo é global a Revolução terá de ser global. a esquerda pode estar disperssa, na forma de lá chegar-mos, mas unida pelo voto da esquerda mais representativa, é uma ideia uma forma, para discutir, é urgente chegar-mos a consensos, que serão o remédio para a doença.
Abraço do tamanho do mundo para todos.
Este tipo de mentalidade é mantida e promovida por quem governa, daí o exemplo que vem de cima legitima todos os outros que a seguem. São empregos feitos à medida, são favorzinhos a empresas amigas, são cursos universitários tirados assim como que por magia, etc, etc.
Para mudar já, a corrupção teria de ser fortemente punida, corruptor e corrompido teriam que ser punidos por uma justiça cega.
“se o capitalismo é global a Revolução terá de ser global”, amigo Manangão, concordo plenamente.
Marreta, também, assino por baixo o teu texto.
Abraço,
Zorze
Olá camarada
Quanto à “grande” corrupção o remédio é só um, Campo Pequeno.
A “pequena” ou “cunha” é fruto da sociedade actual, com o evoluir das mentalidades tende a desaparecer, vai levar tempo mas desaparecerá.
Quanto à dita (revolução de mentalidades) deveria/devia começar em casa, ter continuidade na escola, para no trabalho ter o seu términos.
Neste sistema neo-liberal de cariz fascisoide, a cunha, o compadrio e a incompetência ganham pontos, o tipo que não entre no “esquema” ficará irremediavelmente de fora. Para nós, que tentamos mudar esta coisa, por vezes somos apelidados de “atrasadinhos”, de “antiquados”, ou por vezes de “limpinhos”, ou pior “a pensar assim não vais a lado nenhum”
Abraço
Propostas de intervenção?
O que para aqui vai de posts maravilhosos! Parabéns a todos.
Tenho que voltar com mais tempo.
Beijos e abraços.
Propostas caro CRN?
Fácil e difícil.
Utilizarmos os mesmos expedientes que são utilizados por quem promove e beneficia de tais artimanhas.
Subverter e utilizar precisamente as mesmas armas para atingirmos os fins que delimitamos.
O parlapier, embora muito didático, não atinge objectivos. A concretização passa obviamente por uma estruturação perfeita de formas de agir e uma organização exemplar dos objectivos a atingir.
Em palavras secas mas não ingénuas trata-se de um manual de utilização tirado a papel químico.
Receio, talvez, ofender alguns dos meus conterrâneos blogosféricos, mas não acredito que a mudança ou a alternativa presentemente esteja coberta por algum emblema político. Esta sociedade está suficientemente poluída e contaminada para se poder almejar uma alternativa que possa ser considerada verdadeiramente democrática e com sucesso no estado em que a podridão chegou. Hoje, infelizmente, não creio que os valores e os ideais sejam suficientemente fortes para se poder concretizar uma revolução política na forma e conteudo comummente aceites.
Para mim algo de novo e de verdadeiramente revolucionário na acepção da palavra terá que surgir como uma alternativa à podridão, ao esgoto em que nos enfiaram. E isto meus caros é verdadeiramente um esgoto a céu aberto. Algo de underground, do fundo das trevas terá que emergir para pelo menos semear as sementes de uma nova sociedade que possa surgir plena de valores e ideias diferentes. Mas até lá é preciso irradicar esta escumalha da face da terra e a melhor forma é utilizarmos as mesmíssimas armas por ela utilizada. Pode ser um pouco chocante, mas de outra forma não vejo alternativa para pelo menos os próximos 100 anos. Esperamos?
Saudações do Marreta.
Marreta,
Em relação ao primeiro parágrafo, é uma ideia, mas, não propões a forma de o fazer em união.
Considerando o segundo ponto, o “parlapier” é fundamental para concertar uma acção concreta, didáctico sempre, considerando que todos somos ignorantes em matérias várias e que a falar podemos aprender uns dos outros, utilizar ou aplicar segundo o nosso critério.
A estratégia só pode sair de um ponto de vista conjunto, sozinho é como dar tiros no ar, os manuais para acção só servem para pararmos no tempo, o que pode existir são linhas e coerência ideológica, a revolução deve ser feita todos os dias!
Com relação à democracía, não conheço o teu conceito mas penso que só democraticamente se pode levar a cabo uma revolução, neste caso começando pelas consciências.
“Algo terá que surgir”? Mas esperas que alguém faça por ti o que queres fazer? Existe alguém mais idóneo que tu para exercer a tua vontade?
“terá que emergir”? Não é essa a ideia da igreja, que apareça o salvador (pelo menos para ir ganhando algum à conta dos crentes)?
A alternativa, está aí mesmo, em ti!
Com relação à “cobertura” da alternativa pelos partidos politicos, depois de conhecer cada um posicionamo-nos, existem partidos que traduzem na sua acção o consenso dos seus militantes, como é de esperar, em democracia, a tua opinião é considerada mas é necessário não esquecer que existem muitas opiniões e mesmo dentro de uma filosofia ou uma linha de pensamento determinadas existem interpretações diversas, soluções distintas que só se elevam a proposta depois de alcançado o consenso, aspecto fundamental para dar cobertura à intervenção politica. Assim, mais que “coberto” pela bandeira, penso que o meu partido, o PCP, está coberto pelo povo, quem, em sintese, porta a solução para acabar com esta alienação demagógica!
Como diz o trafulha do Major, “há corrupção em todos os sectores de actividade” e tem razão, quem estiver “virgem” que atire a primeira pedra.
Claro, no “sector” partidário ela é mais que muita e de que maneira.
O camarada CRN quer “propostas de intervenção”
Muito bem, aqui vão elas:
1 – Alterar o código penal profundamente e colocá-lo ao serviço povo
2 – Penas exemplares para o corrupto e o corruptor.
3 – Castração química para os pedófilos
4 – Custas jurídicas gratuitas para povo
Alguém tem dúvidas que essa gente (corruptos, pedófilos e outros filhos de puta quejandos) estão em toda a parte, parecendo-se com a bufaria de antanho?
Só com um código penal verdadeiramente ao serviço da JUSTIÇA e do POVO se poderá almejar a uma justiça na verdadeira acepção da palavra.
Já agora, reparem quem foram os gajos que fizeram este código penal? quem está metido nele até aos cabelos? a quem serve?
Só mudando radicalmente este estado de coisas, para tal, como diz o Marreta e muito bem, com parlapier podem os tipos bem, tipo “falam falam, mas não nos fazem nada”.
Abraço
Ferroadas,
Por isso disse em algum momento que é fundamental saber situar-nos, conhecer a dimensão deste projecto, alcançar um consenso que permita que as propostas se transformem em iniciativas, levar essa tua, e nossa, indignação para a rua.
Lembrando uma proposta que já expus à consideração, penso que vale a pena explicar a intenção da mesma, assim, começando por assumir a nossa ideia de mudar o actual estado de coisas, sabendo qual é o nosso meio, que a manipulação se faz através da imprensa, que essa imprensa tem no nosso meio jornais, revistas, radios etc. Que todos aqui podem desvirtuar o tendenciosismo do que escrevem os esbirros da sonae, bcp, bilderberg, etc. Já imaginaste, fruto de uma acção concertada, que um domingo, depois da meia-noite, em cada coluna de opinião do – por exemplo – expresso, entrassem em primeiro lugar e de forma comum a cada um dos apartados sob a responsabilidade individual de cada jornalista, como o tavares, o monteiro, 15 comentários a denunciar e a esclarecer quem lê? Essa é uma forma de contribuir para modificar as mentalidades, de acordar a malta, de levar para a rua o principio da revolução ou que pelo menos se retire, aos poucos, crédito a quem despeja merda para o cercado, sem esquecer que esses comentários estariam expostos 7 dias. Existe vontade de fazer o que os outros não fazem por ti? Queres propôr outro tipo de acção?
Talvez ajude…
Um sistema bipolarizador de dois partidos, rivais no exercício de poder, mas identificados no essencial da política que realizam, revela-se, em si mesmo, ferador de permanente mentira por qualquer deles.
Porque, para justificar a luta pelo poder, inventam e expressam divergências que não existem.
Porque, após violentos encenados e espectaculares confrontos verbais sobre as mais variadas matérias, acabam por estar de acordo e entendimento sobre elas.
Porque a análise e o exame rigoroso dos problemas e das soluções necessárias cede lugar a exibições teatrais e à artificial criação de “factos políticos” para a comunicação social.
Porque a reflexão sobre as questões que urge resolver é abandonada em proveito da frase, da imagem, mesmo do insulto, que dá título na imprensa ou na abertura de telejornais.
Porque, no calor da refrega, se acusam um do outro de irregularidades, de favoritismo político, de abuso do poder e de corrupção e, chegada a hora de assumirem responsabilidades e serem julgados, se ajudam um ao outro a abafar os casos e a assegurar a impunidade.
Citação tirada de uma obra de ABC, onde igualmente é apontada a solução… (daria uma transcrição demasiado comprida)
CRN,
Igreja? Salvador?
Eu estava precisamente a pensar em algo que muito bem pode ser entendido ou equiparado a “Igreja”, mas apenas na fé de poder construir algo que nos possa precisamente salvar da escumalha que nos vai sugando.
Olha, que eu apesar de não entrar numa igreja para um culto religioso desde o último casamento em que estive (entro como curioso e admirador de arte e arquitectura), garanto-te que muitos dos expedientes que a Igreja utiliza há séculos resultam na plenitude e comprovadamente conseguiram transformá-la naquilo que é hoje, com a sua capacidade enorme de influenciar e captar aderentes. Está aqui uma pequena/grande analogia quando eu me referia a utilizar os mesmos métodos e expedientes que os nossos “pseudo-inimigos” utilizam.
Não creio que democracia seja um conceito estanque e tão científico quanto o que referes. Existe sempre a possibilidade de se moldar em função e na perspectiva de quem dela tenta e pode retirar vantagens. Sempre assim foi. Sempre assim será.
Também não me parece que a solução actual esteja na rua, como nos movimentos laborais e sindicalistas do século passado. Tudo isso é perfeitamente “encaixado” e manipulado pelos anti-vírus capitalistas e até parece já uma brincadeira de crianças para eles.
Não me queria alongar muito aqui, até porque a internet, e não só a blogosfera, seria uma das formas catalizadoras para o tal “nascimento” e poderia ser utilizada de uma forma muito proveitosa para conseguir o objectivo perseguido, e por tal não queria dar o ouro ao bandido, que é um “pecado” em que vulgarmente se cai, e que eles tanto agradecem.
Tal como dizes, e muitíssimo bem, a chave principal está precisamente na informação, aquela que os tais “senhores” sabem gerir tão bem, e aquela em que nós ainda somos uns verdadeiros aprendizes.
A luta no presente faz-se entre paredes e expande-se para onde muito bem nós entedermos.
Saudações do Marreta.
Marreta,
Mãos à obra!
A igreja já foi, depois vem o aspecto essencial de dar sentido à vida, acreditar em alguma estória, sempre transpondo a responsabilidade dos nossos actos, a culpa da existência de uma realidade na qual não nos sentimos plenos mas que nada fazêmos para a alterar, ao divino, ao mágico, ao intangível do qual se aproveita a igreja. Excomungar os erros da nossa incapacidade de introspecção, incapacidade por causas como a alienação, alienação permitida por falta de solidariedade.
A revolução está na rua, nos sindicatos,na união que, hoje, continua a ser necessária para manter uma muralha contra os interesses do capitalismo, interesses que não contemplam nada mais que um resultado positivo e um crescimento de beneficios continuo e sustentado, à custa do ser humano.
Entregar o ouro ao bandido, não me parece preocupante, o “bandido”, neste caso, não é capaz de combater a força de um povo unido.
Aprendiz hoje e espero que sempre!
A revolução faz-se em toda a parte, existem seres humanos sem casa, só mil e setecentos lares têm internet, depois encontro certa dificuldade em alcançar o teu pensamento no relativo ao empreênder da luta, esta não deve ser selectiva, não a podêmos fazer nós e depois escolher os “eles” que estimemos, nós, mais adequados, a democracia é um conceito muito simples!
Cumprimentos.
Companheiro Marrreta
pelo que observo ,fez-se luz, não entregue-mos o ouro ao bandido.Será por isso que acusam o PCP de se (fechado) em si?
É que os outros, podem ser abertos, as políticas deles são iguais, só muda o ritmo, e depois pagam a quem lhes façao trabalho sujo a comunicação social.
Agora meu caro, como é possível ser Revolucionário independente de Partidos?
Desde pequenino que sempre ouvi dizer-“o segredo é a alma do negócio”
Opinar e criticar através da internet OK, agora delinear extratégias na internet, só se for fazer bluf.
” Tu sózinho não és nada, juntos temos o Mundo na mão”
Camaradas e amigos
Os professores “meteram” mais de 100 mil na rua e que se saiba foi a contestação mais apartidária que houve em Portugal, tirando claro o 1º de Maio de 1974.
A contestação na ponte 25 de Abril (lembram-se?) foi o Povo e a sua força actuante que a fez.
Acredito na força do Povo e na sua forma de mobilização.
Abraço
Os humanos esquece da vida quando tem a possibilidade de estar em contato com o poder, fazemos tudo pra estar bem e dai pessoas sem instrução de que a vida é o mais importante para viver aqui pra esbanjar luxurias e vaidades se entregando assim aos setes pecados capitais.