Esta imagem de um conhecido (e extinto) semanário é a melhor ilustração para o que hoje quero dizer.
Nos dias que correm, a “figura” do “Independente”, que à partida pareceria tão cheia de potencialidades e até em alguns casos, muito desejável, tem vindo, com o passar do tempo e a degradação dos princípios e convicções, a tornar-se o mais das vezes, na capa que serve de disfarce aos oportunistas, reaccionários não assumidos e toda a sorte de parasitas que desinteressados de tudo, vivem à sombra das lutas, do empenhamento cívico e do trabalho dos outros.
Apenas como exemplo, quem não reparou já, que ao nível dos candidatos às autarquias, a quase totalidade dos chamados “independentes” são afinal aqueles que traindo os partidos pelos quais foram eleitos em anteriores eleições, aproveitam a popularidade conquistada, quantas vezes à custa do desbaratar de recursos das autarquias, em obras de fachada, para poderem passar a “governar” sem os constrangimentos de antes?
Outro bom exemplo, que todos temos visto em debates de toda a ordem, é o fenómeno dos participantes que tentam granjear a simpatia do público, sempre com a velha “cassete” de que é fundamental que as pessoas se ponham de acordo, lançando sobre todos os outros a “acusação” de serem motivados apenas por lutas político-partidárias.
É preciso que fique claro para toda a gente que praticamente qualquer conquista ao nível dos direitos dos trabalhadores e do avanço da sociedade, foi conseguida com o empenhamento de gente com muito orgulho e apego ao seu envolvimento político-partidário e que aos outros, os tais falsos independentes, nunca vimos no passado, nem veremos no futuro, recusar uma qualquer regalia ou aumento salarial, conseguido à força de uma dessas lutas “político-partidárias”.
E para que serve toda esta minha “arenga”? Apenas para dizer que, não me referindo obviamente aos verdadeiros, solidários e empenhados independentes (conheço tantos), vivemos tempos em que é preciso tomar partido. Não é obrigatório que seja pelo meu… mas há que tomar partido!
Samuel
Samuel
Indespensavél tomar partido.
De facto durante 10 anos fui delegada sindical, não me esqueço de vigilias á porta da Casa do Primeiro Ministro, de Piquetes de Greve toda a noite, de sair no meu carro com a minha gasolina para distribuir informação, esclarecimento ou u cravo no dia da mulher a todos os trabalhadores, de manifestações á chuva…
Lembro-me de colegas que nunca davam o corpo ao manifesto que chegavam jocosamente a dirigir-se a nós e dizer “Gritem, façam greve, que no fim o que daí vier vem para mim também”, o velho mote “Não quero nada com politicas” ou ainda “Os Partidos são todos iguais”.
Mas digo isto tudo por um motivo simples, revejo-me muito neste teu artigo, nunca deixei de lutar, nunca deixei de ter consciência que ainda assim em cada dez que me diziam essas “bojardas”, ficavam dois que viam quem de facto lutava por eles, por todos, não por destaque pessoal, não para brilhar, não para proveito próprio.
Todas as conquistas, todas repito, foram acção de homens e mulheres organizados em torno de um ideal concreto, justo e possivél.
Assim continuamos, a tomar partido.
Obrigado pelo teu post depois de desanimos vários, faz-me falta saber que não estou só.
Beijos
Samuel,
Tomar partido, é dizer basta desta desgovernaça, é querer mudança já. É Tempo de Lutar, é Tempo de Mudar!
Abraço
Samuel!… Obrigado!
Há que tomar partido!… Sim é mais urgente que nunca!
Sabes porque razão tomei partido?
Porque assim, faço parte de um colectivo, onde os ideais de liberdade, fraternidade e justiça social, estão lá como linhas mestras, onde me identifico com aquela gente!
Não sou superior a nenhum deles, mas sim, sou um deles, sou mais um que, com a minha capacidade de pensar pela minha cabeça, aliás, característica de todos os seres humanos, posso contribuir com algo de útil para o colectivo e assim, se duas cabeças pensam melhor que uma, imagina muitos milhares delas!
Obrigado pelo teu post, ele deu-me mais força, ele animou-me pelo facto de eu estar algo desanimado com alguns iluminados arautos da verdade.
Foste claro, directo e conciso, como se me tivesses lido os pensamentos.
Um grande abraço
Ouss
#Sensei
Este môço tem mesmo muito jeito pá coisa!
Quem não sentiu na pele a proximidade a um dos exemplares descritos neste post, ou inclusivamente às situações igualmente descritas, porque infelizmente o que não falta é “morraça” dessa xtrambalheda por tudo que é sitio, e parece que o sentimento em relação aos mesmos é comum, de revolta e nojo sim, porque enquanto uns, como diz a Ana, dão o corpinho ao manifesto em beneficio de todos, os independentes solidarizam-se a olhar para nós, quantas vezes com aquele olhar de mete nojo, jocoso, como quem diz “não preciso fazer nada disso, o ser independente dá-me as garantias de entrada numa qualquer lista para um qualquer cargo que me dará o tão desejado prestigio”
Abraço Samuel
Isto de ser independente é uma maneira, direi airosa, mas mais xico-esperta que inteligente, de esconder a cobardia, a falta de coragem de tomar partido. Embora tenha outra dimensão, a de um oportunismo atroz. Porque ser independente parece-me ser coisa impossível.
Abraço
Camaradas
É necessário pôr o povo a refletir, porquê este DESgoverno, não tem dinheiro para fazer hospitais arranjar escolas, melhorar as reformas dos pensionistas, para acabar com listas de espera, qualquer dia nem tomar um banho se pode com uma botija de gás botano a custar 2o euros, mas, encontrou dinheiro para ajudar, esta corja de banqueiros corruptos, que vivem na opulência,na sua grande maioria ex DEsgovernantes.
É necessário que o povo reflita, se é nesta gentalha que vai continuar a confiar o seu voto.
E necessário que o povo reflita , se quer continar a ser engando por estes politiqueiros sem escrúpulos, autênticos vampiros, e continuar a “chorar sobre o leite derramado”.
É preciso que cada um saiba, que o seu voto representa uma necessidade, e existe um Partido que a defende, é só saber escolher, eu dou a cara pelo meu voto e pelo meu Patdido.
O PCP/CDU, defendem os interesses de todos os trabalhadoree, junta-te a nós, toma Partido.
Tu sózinho não és nada! Juntos temos oMundo na mão!
Abraço do tamanho do mundo para todos!
samuel,
o problema que levantas com os idependentes que se candidatam a cargos de poder é real, muitos fazem um jogo sujo e traem os partidos pelos quais foram eleitos. é um problema congénito à democracia representativa porque, seja independente ou “dependente”, nunca os votantes e apoiantes poderão garantir que não serão enganados. depois de estarem no poleiro é uma incerteza. até em partidos em que a disciplina ideológica é mais apertada, como é o caso do PCP, acontecem casos idênticos. ainda há uns tempos uma deputada comunista (não me lembro o nome) entrou em confronto com a sua bancada parlamentar por pretender seguir a sua consciência contra o compromisso que havia assumido com o partido. é um mal de raiz.
quanto às conquistas sociais parece-me que a situação é muito mais complexa do que isso. o papel dos movimentos sociais é para mim central, as mudanças ocorrem grosso modo como resultado das lutas sociais e menos por decreto. o papel dos partidos de esquerda acaba por se tornar importante sobretudo porque nas bases há militantes honestos, idealistas e desapegados que transportam para as lutas sociais essas características, mas também é comum vê-los a abandonar o barco depois de verem como funcionam realmente as hierarquias partidárias e quais os seus verdadeiros interesses.
também é preciso ver que muitas lutas sociais são abafadas e esmagadas por conflitos internos ou intervenções externas directas, precisamente porque os partidos pretendem capitalizar as suas vitórias. não existe na população a massa crítica suficiente para manter à distância tão más companhias.
há gente de todos os tipos quer nos partidos, quer entre os independentes, aqui estamos de acordo. é por isso que devemos privilegiar formas organizativas que façam sobressair o que há de melhor nas pessoas e não as que as colocam em situações de confronto, submissão e tentação de abuso. tomar partido é fundamental, é preciso muito mais gente interventiva, mas a ideia terá mesmo de ser “tomar partido”, e não de “ser tomado pelo partido”
cumps
Este post,..cola na perfeição ao KAOS ahahahahaha o revolucionário independente por excelência !
Samuel,
Assumindo dificil – para não dizer impossivel – a critica a este artigo, claro-eloquente quanto baste para assimilar sem divagações o que pretende transmitir, mais se a sua essência é partilhada, no meu caso concreto, desde os 12/14 anos, encontro contudo, em alguns comentários, uma aversão patológica em assumir como necessários certos principios que aqui expões. Como constatei com alguma anterioridade, não considero possivel – mesmo utilizando as formas e os códigos mais diversos e respeitadores da pluralidade – tornar digno de consideração, por certos individuos – aos quais, só por respeito pelo ser humano como tais considero – a critica que aqui deixas. Como tal, desde a humildade que me recorda a realidade, muito bem!
A revolução é hoje!
patológico é o achincalhamento gratuito e a conivência com ele
Quando olho para o INdependente só me lembro do paulo portas…esse sim tomou (o) partido,empurando o manel e criticando o aníbal, para depois formar um governo com durão…coisas da vida!$!
TOMAR PARTIDO…fui à minha enciclopédia e …nada…a outra(mais antiga)…nada também…
como é que vou tomar partido das ideias aqui expostas?
Posso discordar ou concordar…ou ser independente e meu comentário já não faria sentido.
tomar partido é juntar-se a uma causa ou ideia com a qual nos identificamos.
Ser independente dentro de uma causa é não ter ideia alguma dessa…
Ser independente é não se identificar com causa alguma ou então ter causa própria.
E se alguém se identificar com a causa do independente em causa?
serão um grupo de independentes a tomar partido pela causa
do então independente?
tenho aqui perto um independente,que concorreu à junta de freguesia(e que ganhou)na lista do ps, com o qual tive uma conversa sobre a proposta da ME e as greves….
A resposta e opinião foi tudo menos “independente”…
abraços a tomar partido
era eu do vale a tomar partido
Assim seja, Samuel.
Ou, como também se diz, «amén»…
António Vilarigues
Samuel,
Eu acreditaria numa verdadeira democracia parlamentar composta por vários partidos eleitos por um povo com um desenvolvimento cívico e ético q.b.. Mas, conhecendo a realidade sociológica portuguesa desanima um pouco.
Realidade essa fruto de uma ditadura de 48 anos que não apostou na educação, mas que, apostou na “zombização”. A seguinte ditadura mascarada na rotatividade PS/D pouco mais fez.
Com um país tendo das maiores taxas de iliteracia é muito difícil. A não ser que se mudasse já radicalmente, mesmo assim, os resultados só se iriam sentir daqui a três/quatro décadas. Mas como não se muda, esses resultados poderão ser ainda mais espaçados no tempo.
Realísticamente, a haver mudança em concreto e na práctica terá que ser com algo mais radical. Algo que desestruture em certa medida o modo como a sociedade portuguesa está (des)organidada actualmente.
Abraço,
Zorze
Gostei muito do post. Vou guarda-lo nos meus apontamentos…
Também achei interessante o comentário da Ana Camarra.
Cumps.