Toda a glória de viver
das gentes é ter dinheiro
e quem muito quiser ter
cumpre-lhe de ser primeiro
o mais ruim que puder.
(Gil Vicente)
(da esquerda para a direita, clicar)
[Pedro_Santana_Lopes; Bosco_Mota_Amaral; Manuel_Dias_Loureiro; Miguel_Relvas; José Juís Arnaut; Jorge_Moreira_da_Silva]
ROUBAM-NOS A PAZ E O PÃO
Os cleptocratas não sujam as patas, são ratoneiros matreiros, descendentes directos do embuste e da perfídia. Têm, como modernamente se denomina, uma actuação “abrangente“; apresentam-se como pessoas sensatas, impolutas e pacatas.
Movimentam-se na “Bolsa” dos outros, claro, com apetência para as boas “Acções“, as más relegam-nas para parceiros terceiros.
Frequentam a alta sociedade – conceito virados do avesso – expelem promessas que rendem juros deixando os promissário em apuros.
Têm ao seu serviço operacionais profissionais, não actuam directamente, comandam do escritório “inteligente” que lhes reforça a astúcia impenitente.
Os cleptocratas são a nata do autocrata, não vivem em autogestão, têm como Deus e patrão o cifrão.
Seguem sabiamente o rasto do dinheiro com o olfacto apurado de um perdigueiro e seguram-no como o melhor dos cães de fila.
Com esta cáfila não se refila.
Mais difíceis de eliminar que à nojenta barata, possuem sensores de grande acuidade, o que lhes permite identificarem o Decreto, a Lei ou o Regulamento que sirva os seus desígnios.
“Não deixe um negócio tão sólido fugir-lhe das mãos, um dos mais atractivos mercados cimenteiros da Europa, cujos resultados líquidos serão de 14 milhões de contos em 94 e de 15 milhões em 95, vendida abaixo da média dos mercados: a CIMPOR“. (Desculpem mas este paragrafo é de um velho artigo relacionado com outros ladrões do mesmo bando).
Os cleptocratas agem dentro da legalidade democrática construída à sua medida. Manobram com os baixos salários e cortes de pensões, sugam onde faltam cêntimos para engrossar milhões.
Movimentam-se na área neoliberal, não assaltam bancos nem actuam por “esticão“, teleguiados sempre pelo cifrão, compra consciências de ocasião. Conhecem o preço de uma ilusão e explora o filão!
Açambarcam o trigo, controlam o pão.
Não os conhecemos pessoalmente nem tampouco com eles nos cruzamos, têm seguranças, deslocam-se em bólides ou em aviões privados, e como bons cleptocratas que se prezam vão à missa, rezam, confessam-se, compram as indulgências no paraíso em que vivem sem receio de mais tarde entrar no purgatório.
Cid Simões
Até que ponto seriam capazes de fazer uma revolução? Fala-se muito do papel do PCP nas prisões e do seu papel revolucionário, mas será mesmo isto o verdadeiro papel do PCP?
Será o PCP a vanguarda da revolução? E daqui fala alguém que apenas pretende ser esclarecido perante esta dúvida existencial.